“Filhos - melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los?!” ( Vinícius de Moraes)

Realmente, os filhos não vêm com Manual de Instrução. Temos que descobrir, aos trancos e barrancos, como é que aquela pessoinha funciona. Também não é uma massinha de modelar, em que podemos testar vários formatos, desmanchar quantas vezes quiser até conseguir a forma ideal.  É preciso encontrar a forma correta rapidinho, antes que o erro se torne irreparável.  Afinal, não estamos modelando um bonequinho, estamos formando um ser humano, lembra?

Noites mal dormidas, velando o sono dos nossos bebês, as febres, os horários dos antibióticos; depois, dias de muita agitação, correndo atrás das nossas crianças levadas demais; alguns anos mais tarde, novamente noites em claro, agora rezando e esperando os nossos jovens chegarem das baladas... Ufa!!! Que luta!

Quanto trabalho, quanta preocupação... Em “nordestinês”, costuma-se dizer “É, mamãe e papai, rapadura é doce, mas não é mole não!”– sábias palavras!

 Já quase no outono da vida, porém, quando achávamos que já tínhamos vivido tudo de bom que merecíamos e que a vida não nos reservava mais surpresa alguma, eis que caem do céu diretamente no nosso colo umas menininhas e uns menininhos deliciosos – OS NETOS, outro grande presente de Deus para nós !!!

E diante daqueles bracinhos estendidos, reconhecendo-nos como avós, entendemos todo o encanto da vida: quase sempre fica em muitos de nós, pais, aquela sensação de não ter tido o tempo e a paciência que gostaríamos de ter tido com nossos filhos. Ficamos, então, com aquele gostinho de quero mais, aquela vontade de voltar no tempo e revê-los pequenininhos outra vez, agora que temos todo o tempo do mundo para não perder nenhuma das suas descobertas e gracinhas deliciosas...

Mas milagres existem pra quê?! Aquele lá de cima, em sua infinita bondade, achando que o banquete da VIDA foi pouco pra nós, resolve nos presentear com uma sobremesa dos deuses – os nossos netinhos!

E agora sim, podemos andar no ritmo dos seus pezinhos, desenhar na coordenação ainda lenta de suas mãozinhas e ouvir suas histórias intermináveis, naquela vozinha linda de criança pequena. VIVER, enfim, com toda a calma do mundo, a doçura e a magia de  SER  AVÓS !!!

“Se eu soubesse que ser avó era tão bom, nem tinha tido filhos, seria logo avó, direto!”  
 ( Rita Lee )


1 comentários :

Renata disse...

Não sou vó ainda...mas sou mãe já e de uma forma ou de outra os sentimentos relatados já chegaram em meu coração através dessas deliciosas palavras de profundo amor com os pequenos...chorei !
Obrigada Sônia por ter me proporcionado essa experiência, mesmo que tenha sido só na minha imaginação!