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Nossa ! ( com biquinho , por favor ) Que bicho é esse ?!
Se você faz parte do exército de aflitos que andam por aí assustados por pouca coisa , reflita sobre a sabedoria desta historinha simplória , quase tola , do folclore da Índia :
“ Certa vez , uma senhora entrou num quarto escuro e percebeu que algo caía do teto . Apavorada , gritou : ‘ Meu Deus ! É uma cobra !!! ' .
Acenderam a luz e ela constatou a verdade - era apenas uma corda . ”
Conclui-se , portanto , que o terrível , o apavorante geralmente é muito menos terrível e apavorante do que pensávamos - não é nada excepcional , é apenas desconhecido !
Assim é com o estudo da gramática da Língua Portuguesa , cujo tipo de apresentação e abordagem até há algumas décadas , ainda passa a impressão de ser um estudo dificílimo , em que o professor é o infalível , o todo - poderoso ,e que jamais admitiria um “ troca-dúvidas” com o aluno ...
Nada disso !!! É apenas o estudo de um idioma belo e rico , em que todos têm suas dúvidas , com maior ou menor grau de dificuldade !
A gramática , na verdade , é nossa velha conhecida , pois desde a mais tenra idade já nos comunicávamos através de princípios gramaticais básicos - já tínhamos a gramática internalizada , isto é , já sabíamos combinar as palavras de tal forma que nos fazíamos entender .
Por que , então , aprender Português se já falamos Português ?!
Boa pergunta !
A língua é o código natural de comunicação entre as pessoas – todos se comunicam através da linguagem , mesmo que de uma forma primitiva . Entretanto , em sociedades evoluídas , é preciso ir além : temos que entender e saber escrever outras linguagens - a da lei , a da imprensa , a da literatura , a das enciclopédias , a dos manuais técnicos , etc .
Para isso , temos que conhecer e dominar o padrão culto da língua , o passaporte para todo o conhecimento, em todas as linguagens .
A gramática , portanto , não é um bicho-papão ! É o estudo do padrão culto ou norma padrão da língua , que PODE SER APRENDIDO !
Vale lembrar também que a gramática não será jamais um fim em si mesma - será sempre um instrumento , um veículo para as idéias , que , sem a ferramenta gramatical , não se concretizam .
É como já disse o talentoso e respeitado Luís Fernando Veríssimo :
“ A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda .”
O Português dos Concursos Hoje - Conversa Inicial
Muitos que estão retomando os estudos , com o objetivo de se submeterem a concursos públicos , há muito tempo afastados das salas de aula , têm sentido grande dificuldade com relação às questões de Língua Portuguesa nas provas atuais . Estão assustados mesmo !
Mesmo aqueles que foram excelentes alunos em Português , nos tempos de estudante , chegam a ficar desanimados achando que não sabem mais nada . Conheço vários nessa situação , ex-alunos de cuja competência e empenho nos estudos não duvido , e que nem sempre conseguem boa pontuação na parte de Língua Portuguesa das provas elaboradas pelo CESPE , pela ESAF e pela FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS , para citar apenas as equipes avaliadoras mais solicitadas hoje .
Que está acontecendo, então ? A Língua mudou? As pessoas esqueceram tudo o que sabiam ? Terão que recomeçar da estaca zero ?!
Nem uma coisa nem outra . O que se percebe hoje é uma nova abordagem da Língua , um novo conceito do que é dominar a Língua Portuguesa - não se valoriza mais o sofrimento da memorização de regras e mais regras (e suas insuportáveis exceções) , que não garantiam ao sofredor , ao escrever um texto , a fluência necessária em seu idioma .
Apesar das queixas dos candidatos de que as provas de Português estão muito difíceis , não havendo mais aquelas questõezinhas inúteis, do tipo “ Aponte a alternativa errada quanto ao sinal indicativo da crase”, em que se cobrava quase sempre, em frases soltas , aquele casinho de crase praticamente em desuso, tão-somente com o objetivo de dar uma rasteira no candidato , as provas atuais valorizam quem realmente sabe. Com certeza , aquela avaliação não media o conhecimento da Língua ; apenas privilegiava os de boa memória e, muitas vezes, eliminava os que realmente tinham um bom domínio .
Hoje o que se constata é a avaliação do conhecimento real do candidato sobre conceitos básicos da Língua, o entendimento de sua nomenclatura e de seus processos gramaticais e suas inter-relações , sempre percebidos no contexto , jamais a gramática pela gramática .
As questões, portanto, não estão mais difíceis, estão mais criativas e muito mais bem elaboradas, sobretudo adequadas à atual visão da Língua Portuguesa e mais justa com aqueles que realmente estão demonstrando o domínio da Língua .
O caminho é este. Logo, cabe aos candidatos conhecerem bem as novas regras do jogo e prepararem-se dentro dos parâmetros da atual avaliação de Português nos concursos .
Vale reforçar , entretanto , que a gramática da Língua Portuguesa não deixou de ter suas regras básicas e só pode ser bem entendida nesta nova abordagem se o candidato tiver uma boa base da gramática convencional . Do contrário , é indispensável fazer antes uma revisão .
Orientados para esta nova (e correta) percepção da Língua e estudando muito, o desempenho nas provas será bem melhor, com certeza !

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