Não sou santo e ponto final!

Creio que acontece com muitos esta sensação de ter alguns assuntos difíceis que ficam rondando a nossa mente, cobrando de nós uma opinião definida. Para quem gosta de escrever, aí então esses temas se tornam verdadeiros tiranos, impondo que façamos um texto sobre o assunto – pura maluquice de quem gosta de escrever, é claro!  Afinal, cada doido com sua mania...

 Pois um desses temas que me vêm sempre à mente é a questão da santidade, de devermos ser santos como Jesus é santo – como preconizam os ensinamentos cristãos. Olha...é complicado, muito complicado... Tanto que a maioria de nós, diante do tamanho dessa complicação, procura sossegar a consciência daquilo que sabemos que não devemos fazer, simplificando as nossas culpas e dizendo em alto e bom som: - Não sou santo, ora!

 E é aí que mora o perigo! De tanto nos desculparmos diante de nós mesmos, de tanto relativizarmos o certo e o errado neste mundo onde tudo pode, ou quase tudo, acabamos acreditando realmente que este negócio de “ser santo como Jesus é santo” é uma empreitada praticamente impossível de ser atingida, utópica! E começamos a fazer sempre mais concessões ao que julgamos errado e nos distancia do que deveríamos ser. Na verdade, sabemos perfeitamente o que é certo. Mas insistimos em proclamar aos quatro cantos: - Não sou santo e ponto final!

 _ “Imaginem eu oferecendo a outra face a quem me bateu, eu amando a quem me prejudicou, eu perdoando a quem me traiu...Eu jamais seria capaz disso, jamais conseguiria ser bom a esse ponto!” – diríamos muitos de nós.

 Será que não conseguiríamos mesmo? Como saber se nunca tentamos?!

 A verdade é que tudo é passível de exercício e aprendizado. Com empenho, boa vontade e interesse real, consegue-se aprender praticamente tudo, até mesmo esta última lição de fim de curso, suprema e dificílima – a santidade. Nesse curso, entretanto, não é preciso sermos os primeiros alunos, os laureados. É necessário, sim, que nos esforcemos para dar o melhor de nós, o que temos de mais puro, e, assim, com certeza, mesmo não sendo brilhantes, só por buscar de fato a santidade, apenas por essa tentativa, seremos pessoas muito melhores.

 E aí, vamos tentar?



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