Podemos ser autores ou vítimas da nossa história – qual é a sua escolha?

Autor(a), com certeza!  Esta seria a resposta convicta da maioria das pessoas. Parece simples optar por assumir o controle absoluto da própria vida, não é?  Com relação aos acertos, é fácil mesmo e até bastante confortável – receber elogios, parabéns... Mas e o outro lado, o lado sombrio dos nossos erros? Teremos que assumir também, afinal ser autor de algo é assumir o pacote completo. E é aí que o bicho pega!

Depois de uns bons anos de janela da vida, começamos a nos conhecer melhor e a constatar que o ser humano, às vezes, não é tão bonzinho como parece e é preciso assumir isso. A conduta de muitos de nós, entretanto, nesta situação, é adotar a postura de vítimas, ou seja, erramos sim, mas não foi nossa culpa, fomos induzidos ao erro por outra pessoa ou por uma circunstância sobre a qual não tínhamos controle. Enfim, um tremendo blablablá e mil argumentos com um só objetivo: provar que erramos, mas não erramos.

Quantos há que, apesar de parecerem adultos, permanecem comodamente crianças, por toda a vida, e só admitem para si dois rótulos: vitoriosos ou vítimas, ou seja, estão sempre prontos a receber os louros de seus atos elogiáveis, mas consideram-se absolutamente isentos de qualquer mínima crítica negativa e são incapazes até de um simples “Foi mal!”, como dizem os mais jovens. E assim vão pela vida, achando que estão vivendo muito bem...

Viver, entretanto, é algo bem mais rico e profundo. É ter consciência de que o acerto é, quase sempre, resultado de diversos erros e a frustração de uma derrota é, muitas vezes, uma etapa necessária do verdadeiro sucesso.

Vitoriosos e felizes, portanto, não são os que são poupados ou se esquivam das dificuldades da vida, mas os que as enfrentam com maturidade, fé e coragem. E sem se considerarem vítimas de histórias melodramáticas imaginárias, que poderíamos chamar simplesmente de VIDA, com tudo de bom e aparentemente ruim que este pacote maravilhoso nos reserva.  


“Quem passou pela vida em brancas nuvens
e em plácido repouso adormeceu
foi espectro de homem, não foi homem,
só passou pela vida – não viveu.”

(Francisco Otaviano)

0 comentários :