Depois de uns bons anos de janela da vida, começamos a nos conhecer melhor e a constatar que o ser humano, às vezes, não é tão bonzinho como parece e é preciso assumir isso. A conduta de muitos de nós, entretanto, nesta situação, é adotar a postura de vítimas, ou seja, erramos sim, mas não foi nossa culpa, fomos induzidos ao erro por outra pessoa ou por uma circunstância sobre a qual não tínhamos controle. Enfim, um tremendo blablablá e mil argumentos com um só objetivo: provar que erramos, mas não erramos.
Quantos há que, apesar de parecerem adultos, permanecem comodamente crianças, por toda a vida, e só admitem para si dois rótulos: vitoriosos ou vítimas, ou seja, estão sempre prontos a receber os louros de seus atos elogiáveis, mas consideram-se absolutamente isentos de qualquer mínima crítica negativa e são incapazes até de um simples “Foi mal!”, como dizem os mais jovens. E assim vão pela vida, achando que estão vivendo muito bem...
Viver, entretanto, é algo bem mais rico e profundo. É ter consciência de que o acerto é, quase sempre, resultado de diversos erros e a frustração de uma derrota é, muitas vezes, uma etapa necessária do verdadeiro sucesso.
Vitoriosos e felizes, portanto, não são os que são poupados ou se esquivam das dificuldades da vida, mas os que as enfrentam com maturidade, fé e coragem. E sem se considerarem vítimas de histórias melodramáticas imaginárias, que poderíamos chamar simplesmente de VIDA, com tudo de bom e aparentemente ruim que este pacote maravilhoso nos reserva.
“Quem passou pela vida em brancas nuvens
e em plácido repouso adormeceu
foi espectro de homem, não foi homem,
só passou pela vida – não viveu.”
(Francisco Otaviano)

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